A gente se acostuma
Sou fã da autora Marina Colasanti e tem um texto dela que é maravilhoso, "Eu sei, mas não devia". E como estou vivendo um momento um pouco apertado (não financeiramente, mas com outros problemas), criei uma releitura da obra, a partir de um e-mail que enviei para uma amiga (que segue no final da postagem).
A gente se acostuma a brigar com as pessoas por pequenas bobagens. A gente se acostuma a dormir mal todas as noite. A gente se acostuma a perder a cabeça. A gente se acostuma a ter tanto trabalho a ponto de não ter tempo para a diversão ou brincar com o filho ou perceber o outro. A gente se acostuma a se estressar por nada. A gente se acostuma a apresentar qualquer coisa, seja no trabalho, na escola ou na faculdade. A gente se acostuma a tirar a mesma nota, para apenas passar de ano, mesmo que de raspão. A gente se acostuma a fazer tudo pela metade ou meia boca, por simplesmente saber que o outro não vai se importar ou elogiar. A gente se acostuma a viver na merda e a ver as injustiças do mundo e permanecer calado diante da vida. A gente se acostuma com as ingratidões, com as palavras amargas, com o vidro fechado, a porta trancada, o barulho entorpecedor. O grito, o silêncio, a dor, a morte, a solidão. A gente se acostuma com tudo o que se vê, ouve, fala, vive, presencia. A gente se acostuma a entrar em parafuso e depois recolocar tudo no lugar durante as férias, mas o tempo das férias não é suficiente para colocar tudo no lugar e ainda por cima descansar, então... NÓS NOS ACOSTUMAMOS!
E-mail que enviei à minha amiga: O negócio é que eu fui esperar o sangue esfriar antes de falar contigo, porque senão a gente podia ter brigado de verdade. Principalmente que estou um pouco estressada e nervosa com os trabalhos da faculdade (que tem um monte, principalmente pra mim que está tudo atrasado), a apresentação de teatro dia 08/11 e a reunião do grupo de jovens que minha equipe ficou responsável em fazer também dia 08/11. Além do livro de italiano que ainda nem comecei a ler que é pra entregar o resumo na sexta-feira que vem dia 07/11. Daí no dia 14/11 tem a última prova escrita de italiano. Fora as minhas frustrações diárias de não ter tempo nem pra pensar ou escrever meus romances. Nem sei como não estou entrando em parafuso. Aliás, eu estou entrando em parafuso!
E-mail que enviei à minha amiga: O negócio é que eu fui esperar o sangue esfriar antes de falar contigo, porque senão a gente podia ter brigado de verdade. Principalmente que estou um pouco estressada e nervosa com os trabalhos da faculdade (que tem um monte, principalmente pra mim que está tudo atrasado), a apresentação de teatro dia 08/11 e a reunião do grupo de jovens que minha equipe ficou responsável em fazer também dia 08/11. Além do livro de italiano que ainda nem comecei a ler que é pra entregar o resumo na sexta-feira que vem dia 07/11. Daí no dia 14/11 tem a última prova escrita de italiano. Fora as minhas frustrações diárias de não ter tempo nem pra pensar ou escrever meus romances. Nem sei como não estou entrando em parafuso. Aliás, eu estou entrando em parafuso!
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