Resenha: A morte é um dia que vale a pena viver - Ana Claudia Quintana Arantes


Sinopse:  A morte é talvez o maior medo de boa parte das pessoas, além de ser ainda um tabu. No entanto, Ana Claudia Quintana Arantes nos mostra, neste livro, que a grande questão envolvendo a morte, na verdade, é a vida. Como estamos vivendo? Nossos dias estão sendo devidamente aproveitados ou vamos chegar ao fim desta jornada cheios de arrependimentos sobre coisas que fizemos – ou, pior, que não fizemos?
Ana Claudia, médica especialista em Cuidados Paliativos, compartilha suas experiências pessoais e profissionais e incentiva que as pessoas cultivem relações saudáveis, cuidem de si próprias com a mesma dedicação com que cuidam dos parentes e amigos e procurem ter hábitos saudáveis, sem deixar de fazer aquilo que têm vontade e as torna felizes.

Este livro apresenta uma reflexão fundamental para os dias de hoje, tempo em que vivemos com a sensação permanente de que estamos deixando a vida escorrer entre os dedos.


Resenha: Pelo título muita gente fica até meio assustada, mas o livro é super bacana. A autora Ana Claudia Quintana Arantes, médica especialista em Cuidados Paliativos, trata da morte de uma maneira natural e leve (compartilhando suas experiências pessoais e profissionais), afinal "só temos uma certeza na vida, a morte".
Para entender um pouco sobre o assunto do livro, deixe-me contar uma breve história da morte.
Antigamente, na era medieval, o ser humano percebia os sinais em seu corpo de que ia morrer (assim como muitos outros animais presentem quando chega a sua hora de partir) e se preparava para a morte, morrendo em casa, junto de sua família. No século XIX, a morte foi romantizada, principalmente na literatura (como na obra "Romeu e Julieta" de William Shakespeare), tornando-se algo ruim, pois tira quem amamos de nós. No século XX, a morte se torna uma morte interdita (proibido, inibido, impedido), de familiar (morria-se em casa, junto da família) passa a ser desaparecida (morre-se numa cama de hospital, muitas vezes sozinho), a verdade de que um familiar esta falecendo ou faleceu é um problema, as pessoas se sentem impotentes e fracassadas diante da morte. Com tudo isso, tornaram a morte invisível, ou seja, escondem a morte, evitam ver alguém morrer e não gostam de falar sobre ela, evitando o assunto, até mesmo evitamos planejar como queremos passar o fim de nossas vidas (Como quero morrer? Em casa ou num hospital ou num hospice? Quero ser cremado ou enterrado? Quero morrer sozinho ou com a família? Se quero morrer com a família, estou cuidando dela como deveria para que no fim estejam todos por perto ou minhas atitudes nos afastam uns dos outros?).
Ana Claudia em seu livro mostra como trilhou seu caminho como médica, descobrindo que há uma maneira melhor de morrer, uma maneira mais humana. Foi quando ela conheceu os Cuidados Paliativos, se especializando na área.
Cuidados Paliativos meio que significa olhar o paciente de maneira integral, com qualidade de vida, alivio de sintomas das doenças terminais, avaliação e tratamento da dor, problemas físicos, psicossocial e emocional, respeito a natureza ortotanasia (morte natural), relacionamento paciente e parentes, oferecendo uma condição na qual morrer seja seguro.
Este livro é muito bom para refletirmos sobre a vida que andamos levando. Ele foi-me indicado, quando fiz um workshop de Morte e Luto na Mitra Diocesana de Joinville com a psicóloga Vanessa Beck. Ela também indicou o documentário que tem na Netflix sobre o assunto, chamado "A partida final".

Quer conhecer um pouco mais sobre a autora e seu livro? Assista sua palestra do TED no youtube:



E aí? Curtiu? É um assunto meio polêmico, mas que não deveria ser, pois a morte é um processo natural da vida e todos nós deveríamos nos preparar para isso, seja a morte de um familiar ou a nossa própria.

Comentários

  1. Assunto bastante polêmico, e certamente o título chama bastante atenção. Apesar de ser algo certo para todos, não estamos preparados para ela!

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    1. Bem polêmico mesmo, nunca estamos preparados, seja a de um ente querido, seja a nossa própria. Mas este livro é bom, porque te faz refletir sobre isso e faz você querer estar preparado pelo menos pra sua morte, pra não deixar os que ficam desamparados.

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