Uma estranha no ninho da moda

Uma estranha no ninho da moda
por Carina Freitas da Rosa

Entrei na faculdade de design de moda, mas sem saber nem pregar um botão e nem me importava com tendências. O que estava fazendo ali? Nem eu mesma sabia direito. A maioria já havia tido contato com a moda ou viam a mãe costurando desde pequenos. E eu? Nunca havia costurado, minha mãe só foi aprender a costurar quando entrei pra faculdade de moda para poder me ajudar. O único contato que eu tive com roupas (além das minhas herdadas ou ganhadas) foi com as Barbies de papel, porque eu não me vestia bem. Normalmente, usava roupas maiores que meu número. Ou seja, uma zero a esquerda.
Sentia-me uma estranha no ninho. Nem desenhar direito eu sabia. Assim, pensei em desistir várias vezes. Eu não tinha um estilo, nem estava por dentro de nada. Só tinha boas ideias e criatividade, mas era péssima e continuo péssima para executar, colocar em prática. Parecia que todo mundo me criticava ou pensava: o que ela está fazendo aqui, neste curso? Fiquei mais perdida ainda. Afinal, quem sou eu? Será que comecei a fazer moda para me encontrar? Descobrir quem sou? Qual é meu estilo? Aprender a me vestir melhor?


De certa forma também foi por causa disso. Mas eu gosto de pesquisar, conhecer coisas novas, viver novas experiências e também de criar. Então, qual é o problema? Preciso ser mais um padrão da sociedade? Ou posso ser diferente? Ou melhor, ser eu mesma?
Difícil! Mas, eu sei que foi uma escolha boa. O mundo da moda é fascinante. E quero dividir com os outros, o que andei aprendendo com ela. Esta será a primeira postagem de muitas sobre minha estranha iniciação neste universo.

Publicado em 18 de Junho de 2012,
no blog Falar de Moda.

See you!

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